domingo, 18 de agosto de 2013



E aquela manhã estava gelada, seis graus talvez, coloquei aquele moletom velho e fui me aventurar pela nevoa que pairava pela cidade. Um tom alaranjado tomava conta de tudo enquanto o sol surgia por entre os prédios e a cidade voltava a ganhar cor e som peculiares de uma manhã fria e, logo, começaram a surgir  pessoas com seus casacos pesados que a muito tempo estavam guardados no armário. O cheiro da cidade começou a ficar mais forte com o passar das horas e o som de pessoas conversando tornou-se frequente e os olhares passeavam por mim: perfumes diferentes, cores de cabelo, idades e rostos, todos ali caminhando e olhando para o relógio, alguns com pressa, outros apenas seguindo seu caminho, sua rotina. Não era meu caminho, não fazia parte da minha rotina acordar cedo e colocar um moletom e caminhar sem destino, mas nesta manhã uma vontade de conhecer os olhares alheios tomou conta do meu corpo. Pude admirar mães ninando seus pequenos, outras entregando-lhes seus olhares de "ate mais",  filhos mandando beijos de ate logo. Acompanhei o brilho de casais que vão juntos ate a porta do trabalho e com um beijo dizem "tchau". Acompanhei o vovô de mãos dadas com a vovó passeando com o cachorro. Um brilho, uma energia, talvez o universo, conspirou para que eu pudesse enxergar, na rotina de alguns, a beleza de uma cidade naquela manhã gelada.




(BiNhOo)

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