segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Noite comum


Uma noite comum, carros passam ao seu lado,seus passos sorrateiros pela calçada. Bares, pizzarias, boates, lugares cheios de pessoas em suas roupas de fim de semana, seus cabelos com laquê, perfumes inebriantes, olhares fixos e mentes que tentam esquecer os dias cansativos de uma semana que durou o tempo necessário.
Ele entra em uma boate, os olhares focam em sua entrada, sua perna estremece, seu coração acelera, seus olhos procuram um lugar, um canto, uma cadeira. Um amigo chega, trocam um abraço, vão pegar uma bebida, e então na pista, luzes piscando, lazers, telões, som alto, pessoas alucinadas viajando em alguma energia, danças diferentes.
Num instante ele viu a pessoa que mais chamaria sua atenção, um sorriso que o contagiou, os olhos mais brilhantes. Passos perdidos em meio as danças, e um olhar fixo. Os olhares se cruzam, surge um sorriso tímido, um abaixa a cabeça em sinal de timidez, o outro mantém o sorriso, os passos ficam mais perto, os corpos se aproximam e um olá dito ao ouvido, suas mãos se tocam e a luz brilha com mais intensidade.
Entre um gole e outro de cerveja, seus olhos tímidos se encontram, um sorriso constrangido e um beijo.
A musica perde o som, as luzes já não iluminam mais, por instantes estão os dois sozinhos, perdidos um no outro. Não escutam sinos, nem vêem estrelas, apenas o vazio e o silencio permanecem.
A balada termina, todos tiram suas mascaras e fantasias, e o casal troca a ultima caricia, um ultimo beijo e um ultimo olhar, esse que já não é mais tímido como no inicio.
E os passos voltam sorrateiros pelas calçadas...







(BiNhOo)

sábado, 7 de janeiro de 2012

Platéia


Sentado a meia noite na frente da TV, ouvindo as risadas da platéia de algum programa de auditório. Uma brisa gelada entra pela janela semi aberta, arrepiando meu corpo, um cheiro de cigarro invade minhas narinas, seu isqueiro ainda esta ao lado da TV, outra chuva de risadas da platéia, meus olhos procuram pela sala mais recordações que esqueci de apagar, talvez um bilhete, um papel de bala, as copias das chaves do seu apartamento, no vão do sofá encontro seu anel a tempos perdido. Volto a recordar, pego o celular pra te ligar, te entregar as chaves, talvez. Meus dedos não sabem mais seu numero, meus olhos não querer ler seu nome e meus ouvidos não querem te ouvir mais...guardo as chaves na gaveta, junto com as outras memórias que não joguei no lixo, apenas tirei de minha visão, pra não recordar os dias que passei ao seu lado.







(Binho)