sexta-feira, 18 de abril de 2014

Ventilador




Pois é naquele quarto sob meia luz se escutava o som do ventilador virando sua “cabeça” de um lado para o outro, e ali encostado na parede branca, meio amarelada com o tempo, um jovem de cabelos negros e um corte todo disforme que observava ventilador, como quem conta os ir e vir e deixa a vida passar do lado de fora do quarto.
A janela entreaberta, um facho de luz caia sobre algo, talvez uma folha em branco, talvez uma velha carta, talvez a única lembrança da felicidade que ele possa ter tido um dia. As horas foram passando, o ventilador mantinha seu ritmo mas o jovem já esboçava sinais de cansaço, seus olhos de cor dourada começavam a se fechar, talvez as lembranças tenham decidido ir embora para deixar o jovem dormir algumas horas naquela noite.
Embora o jovem pudesse gozar um pouco do sono a lembrança não o tinha deixado, ela estava ali, sentada ao seu lado, colocando o dedo no meio de seus sonhos e ali deixando traços da saudade, marcas de amores antigos, historias de infância, e fazendo o Bilu correr alegre e com os pelos balançando pelo quintal outra vez.
Nesse instante o jovem acorda num susto, uma lagrima escorre do seu olho e mais uma vez ele entende onde a lembrança faz morada.





(BiNhOo)