terça-feira, 14 de maio de 2013

Do alto




Sentei para observar os passos incertos de alguns, mas queria ver tudo do alto, então sentei-me no mais alto prédio, de onde eu podia enxergar tudo ao redor. Pude então perceber a insignificância de nós, meros mortais. Pequenos corpos andando freneticamente sem um rumo logico, outros dentro de seus automóveis ignorando a existência de outros seres do lado de fora de suas caixas de conforto, onde o clima sempre é fresco e a musica sempre agradável. 
E eu ali observando, fingindo que não faço parte dessa loucura, tentando acreditar que o meu mundo não é igual o dos outros da mesma especie. Meus olhos buscam detalhes, procuram imagens, figuras que me provem o quanto meu mundo imaginário é real.
Busco entre os prédios cinza,  algo colorido, talvez uma flor, um pássaro, uma arvore ou uma pequena abelha perdida, que buscava em algum jardim de uma cobertura encontrar uma flor para conseguir pólen.
Mas entre prédios, eu apenas encontrava o cinza ou o reflexo de alguma fachada cheia de janelas.
Nessa vida louca onde estamos condicionados a viver como bichos cada instante fora da loucura nos mostra a realidade cruel dessa selva de pedras.








(BiNhOo)

Um comentário:

  1. Verdade...vivemos num mundo de loucos onde nós somos apenas mais um entre eles.
    A questao é que não adianta fugirmos da realidade do qual a gente sabe qual é.
    Amei o texto ! :*

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